Bens da TelexFree não serão suficientes para ressarcir divulgadores, diz MP

Promotora do Ministério Público do Acre afirma que o montante bloqueado pela Justiça renderia apenas 507 reais por associado — valor insuficiente para cobrir as cotas iniciais de investimento na empresa, de 600 reais

Telexfree teve os bens bloqueados em junho de 2013
Telexfree teve os bens bloqueados em junho de 2013 (Ivan Pacheco)
Os divulgadores da TelexFree que aguardam o desbloqueio do dinheiro da empresa pela Justiça brasileira poderão ter uma surpresa amarga ao fim da jornada de mais de seis meses de silêncio: o valor encontrado e apreendido pode não ser suficiente para ressarcir todas as pessoas que investiram na empresa.

Investigada por formação de pirâmide financeira, a TelexFree teve 660 milhões de reais em bens e dinheiro retidos, após determinação do Tribunal de Justiça do Acre, em junho do ano passado. Mas, segundo a promotora do Ministério Público do Acre, Alessandra Garcia Marques, que investiga o caso, os cerca de 1,3 milhão de divulgadores (como são chamados os revendedores da empresa) podem receber apenas um valor simbólico. Isso porque, caso o ressarcimento seja igualitário, renderá cerca de 500 reais por pessoa. “A empresa alega que 200 milhões de reais são suficientes para ressarcir, mas nunca provou isso”, disse a promotora em entrevista ao site de VEJA.

Para entrar na TelexFree, cada divulgador pagava uma taxa de adesão de cerca de 100 reais e precisava comprar pacotes de contas de telefonia via internet — o mais barato estava em torno de 600 reais. Quanto mais pacotes eram adquiridos, maiores as chances de o divulgador ver seu dinheiro duplicar (ou triplicar) em poucos meses.

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