Cantora diz que protesto contra Feliciano no Lolla foi 'supereducado'
Vocalista do Copacabana Club diz que fez tudo 'meia hora antes do show'.
Banda exibiu cartazes com 'Homofobia basta' e 'Mais amor, menos Feliciano'.
O grupo brasileiro Copacabana Club aproveitou seu show, que aconteceu às 15h15 desta sexta (29) no Palco Alternativo, para fazer um protesto. Integrantes da banda subiram ao palco com cartazes contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos.
A cantora conta que ela mesma comprou papéis, canetinha e preparou toda a ideia do protesto sozinha. "Eu pedi só para minha banda apoiar. Eu comprei o material durante esta semana. Eu fiz meia hora antes do show. A gente escreveu 'Homofobia basta', 'Racismo chega', 'Mais amor, menos Feliciano', e 'Pró felicidade, não Feliciano'. Eu fiz sete cartazes, mas só entraram seis no palco", diz a vocalista da banda.
Sobre a resposta do público, ela acha que foi ótima. "Na hora em que a gente começou a falar sobre isso no palco, o pessoal foi a loucura. No Twitter, começaram a se manifestar também, recebi várias mensagens de amigos dando apoio, que estavam orgulhosos e que foi uma atitude bacana. Não ouvi nada negativo em relação a isso."
Camila aproveitou a entrevista para se posicionar politicamente. "Eu espero que a gente consiga tirar ele de alguma forma. Acho que as pessoas que têm algum poder, que façam alguma coisa para tirá-lo. Como que uma pessoa que é racista, homofóbica e acha que mulher não pode trabalhar tem esse cargo? A gente não quer uma pessoa de cabeça tão fechada nos representando", desabafa.
A vocalista do Copacabana afirma que este foi um "protesto superpacífico e super do bem". "Eu não acho que o festival enxergue isso como um protesto negativo, de maneira alguma. Em todos os momentos, a gente prefere falar em amor, alegria e coisas de paz. E, em nenhum momento, falei o nome dele. Coloquei no cartaz, mas só falei que queria alguém que representasse a gente. Foi um protesto supereducado", completa.
Desde sua indicação, Feliciano sofre pressão para deixar o posto por conta de declarações consideradas homofóbicas e racistas. A pressão se avolumou após o deputado ter divulgado vídeo que equipara as manifestações a "rituais macabros". Nesta terça (27), no entanto, o PSC confirmou que Feliciano será mantido no comando da Comissão de Direitos Humanos, contrariando recomendação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
“Conseguimos vencer uma barreira e mostramos que democracia é isso e, às vezes é preciso tomar medidas, não medidas austeras, mas à luz do regimento interno. Um parlamentar precisa ser respeitado, como todo ser humano precisa ser respeitado”, afirmou Feliciano durante audiência pública em Brasília.
Fonte: G1
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