Igrejas para roqueiros atraem fiéis com liberdade, música pesada e mensagem do Evangelho
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Novas igrejas voltadas ao público roqueiro tem surgido e crescido não apenas em quantidade de locais, mas também em relação aos membros.
Na Inglaterra, país de maioria cristã anglicana, um braço da Igreja tem chamado a atenção da mídia pela liturgia incomum e barulhenta. A Ordem da Ovelha Negra, uma congregação ligada à Igreja Anglicana atrai adeptos do estilo musical heavy metal e transmite o Evangelho em alto volume, num templo que ocupa um local que antes servia como salão de beleza na cidade de Chesterfield.
“Queremos que (o ambiente) seja o mais incômodo possível para as pessoas acostumadas às igrejas tradicionais”, diz o pastor Mark Broomhead, ex integrante da banda Seventh Angel, que lançou álbuns pela mesma gravadora de bandas como Slayer e Metallica, segundo informações do portal Uol.
A pregação é curta e objetiva, e vem acompanhada de recursos interativos, como trechos de filmes ou músicas que são exibidos aos fiéis. “Não sou uma pessoa convencional e tinha dificuldades na igreja tradicional. Acho que há uma crescente desconexão entre a Igreja Anglicana e as coisas com as quais as pessoas se identificam”, diz Karl Thornley, que costuma levar os filhos aos cultos.
No Brasil, igrejas voltadas ao público “underground” não é novidade. Ariovaldo Jr., pastor da Igreja Manifesto e colunista do Gospel+ lembra do seu início de ministério, quando trabalhava exclusivamente com este público: “Eu sou pastor de uma Igreja que antigamente dizíamos ser ‘alternativa’ por que trabalhávamos com metaleiros, punks e outras subculturas. Chama-se Manifesto, parte do Ministério Sal da Terra em Uberlândia-MG. Mas esta fase inicial passou há muitos anos e hoje somos uma igreja que atende todo tipo de gente”.
Ainda em terras mineiras, a Igreja Caverna de Adulão atrai roqueiros belo-horizontinos desde 1992: “A caverna surgiu da necessidade de se compartilhar a mensagem do evangelho com uma geração de jovens que era rejeitada nas igrejas oficiais por questões culturais”, afirma o pastor Geraldo Luiz da Silva.
Outra denominação voltada aos roqueiros, a Caverna do Rock, já foi tema de reportagem da TV Globo e segue a mesma linha: “A sensação que a gente tem é de liberdade. Liberdade para a gente estar adorando a Deus com tudo que a gente tem, com nosso corpo, com nosso coração e com nossa música”, afirma Ísis de Oliveira Silva, frequentadora dos cultos da igreja liderada pelo pastor Simon.
O sentimento dos membros que frequentam igrejas específicas para roqueiros é de liberdade para ser, falar, agir e ouvir o que os agradam, sem deixar a mensagem cristã de lado: “Aqui você pode ser honesto a respeito de tudo da sua vida, seja quanto a sexo, homossexualismo, drogas ou até mesmo gostar de vampiros. Ninguém julga. Quero apresentar a fé de formas mais inteligentes, para inspirar as pessoas a seguir em suas próprias jornadas espirituais”, resume Britain Stelly, uma das frequentadoras da Ordem da Ovelha Negra.
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