Venda de bebida alcoólica será liberada na Copa

Relator defende extensão da venda também em jogos fora da Copa


BRASÍLIA – Por 15 votos a nove, a Comissão Especial da Lei Geral da Copa derrubou o requerimento do PPS e do PV que pedia a proibição da bebida alcoólica nos estádios durante as Copas da Mundo e das Confederações, como está previsto no texto do relator Vicente Cândito (PT – SP).

Esse foi o principal destaque votado na tarde desta terça-feira na comissão. Vicente Cândido, que afirmou beber “socialmente”, disse que defende a extensão da liberação de bebida alcoólica nos estádios brasileiros também em períodos fora da Copa do Mundo, como nos campeonatos nacional e regionais:

- Como dirigente de futebol, defendo liberar para os estádios. Não considero, como disseram, um retrocesso. E não se pode transformar a bebida nos estádios em uma panaceia para os males do 
páis – disse.

A liberação da venda de bebida já estava em acordo que o governo firmou com a Fifa, mas que enfrentava resistência de alguns parlamentares, mesmo entre a base do governo.

O texto básico para a Lei da Copa foi aprovado nesta-terça feira pela comissão. Esta é a segunda vez que o texto é aprovado, já que na semana passada, a votação foi cancelada, pois coincidia com a votação da ordem do dia do Plenário da Casa.

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que gostaria de votar a Lei da Copa em Plenário já nesta quarta-feira. Ele disse que, se não for possível, a proposta seria votada na próxima semana, após o Código Florestal.

- Por mim, votamos a Lei da Copa amanhã - disse Vaccarezza.

O texto foi aprovado em meio a críticas dos deputados membros da comissão sobre as declarações do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que disse que o Brasil merecia “um pontapé no traseiro” pelo atraso nos preparativos para o evento esportivo.

Sobraram reclamações até para o comentário do assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que falou que Valcke era um “vagabundo”. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB - SP) disse que Valcke “meteu o nariz onde não foi chamado”, mas avaliou:

- As autoridades brasileiras precisam se controlar nas declarações. Também devemos censurar o Marco Aurélio Garcia, que não se deve chamar ninguém de vagabundo.
Nesta terça-feira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, enviou carta endereçada ao ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, reforçando o pedido de desculpas pelas declarações feitas pelo secretário-geral do órgão, Jérôme Valcke.

- Como presidente da Fifa, meu único comentário com relação a esse assunto é pedir desculpas a todos aqueles que tiveram sua honra e seu orgulho feridos, em especial o governo brasileiro e a presidente Dilma Rousseff – afirmou Blatter, em carta.
Porém, o presidente da Fifa não deixou de expressar suas preocupação com o andamento dos preparativos do Brasil para o evento:

- Não deixemos que os conflitos nos façam, perder tempo. Ao invés disso, trabalhamos juntos parta construir algo maior, como prometido pelo presidente Lula durante seu mandado.

Blatter afirmou que virá ao Brasil para se reunir com Rebelo e com Dilma. O presidente da Comissão da Lei da Copa, deputado Renan Filho, afirmou que a carta aponta que Blatter afastou Valcke do posto de interlocutor da Fifa com o Brasil.

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