General do Exército ameaça "intervenção militar" se "Judiciário não solucionar problema político"

O general do Exército Antonio Hamilton Mourão, secretário de economia e finanças das Força Armadas, afirmou durante uma palestra promovida pela maçonaria em Brasília que seus "companheiros do Alto Comando do Exército" entendem que uma "intervenção militar" poderá ser adotada se o Poder Judiciário "não solucionar o problema político". A declaração foi feita durante o evento ocorrido na última sexta-feira (15).

Natural de Porto Alegre (RS) e no Exército desde 1972, o general foi foi exonerado do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, pelo comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, e transferido para Brasília em 2015. A mudança ocorreu após ele promover uma série de críticas ao governo de Dilma Rousseff. Um oficial sob seu comando também fez na época uma homenagem póstuma ao coronel Brilhante Ustra, acusado de inúmeros crimes de tortura e assassinatos na ditadura militar.

Mourão declarou que poderá chegar um momento em que os militares terão que impor uma ação militar. Ainda de acordo com ele, essa "imposição não será fácil".

O general disse ainda que ela poderá ocorrer após "aproximações sucessivas". "Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso."

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