ONG ligada a pastor Marcos recebeu recursos da União
Polícia Civil investiga repasse de pelo menos R$ 800 mil a instituto que recuperaria usuários de drogas
Além das denúncias de estupros, a Polícia Civil vai investigar agora uma ONG ligada à Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, comanda pelo pastor Marcos Pereira, preso sob a acusação de ter abusado de duas mulheres. Os policiais já receberam a informação que o Instituto Vida Renovada, que faria o tratamento de viciados em drogas e daria assistência a egressos do sistema penal, recebeu recursos da União. De acordo com o Portal Transparência, a instituição ligada à igreja de Marcos Pereira recebeu do governo federal, por intermédio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, nos anos de 2007 e 2009, duas parcelas de R$ 400 mil.
A verba liberada, de acordo com a argumentação que consta do convênio, seria utilizada para ‘‘garantir a orientação sobre Direitos Humanos a qualquer vítima de violação de seus direitos”. Os recursos seriam para oferecer assistência jurídica e psicológica aos detentos e seus familiares. O Instituto Vida Renovada funciona no bairro do Éden, em São João de Meriti, no mesmo endereço da igreja. Além disso, está em nome de um membro da congregação. O pastor costumava levar ao instituto traficantes que teriam desistido da vida de crimes.
Uma testemunha que prestou depoimento na Delegacia de Combate às Drogas, no entanto, contou que o pastor simulava a conversão de traficantes. Ela revelou ainda à polícia que trabalhava na produção de vídeos institucionais para a igreja e que viu, muitas vezes, o pastor apresentar jovens sem qualquer importância no tráfico como grandes chefes. No depoimento, consta ainda que Marcos Pereira dava dinheiro a menores viciados para que eles comprassem drogas, em troca de figurar nos vídeos usados para fazer propaganda da igreja.
O pastor, que está em Bangu 2, responde a seis inquéritos por estupro e a um sétimo por homicídios, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Além da ONG, a polícia já investiga empresas em nome de fiéis que o pastor usaria para lavar dinheiro do tráfico.
Surgem novas denúncias contra Marcos Pereira
Após a prisão de Marcos Pereira na noite de terça-feira, pelo menos três pessoas já procuraram a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) para denunciar terem sido vítimas do pastor ou irregularidades em sua igreja. Duas delas se comprometerem a depor na segunda-feira. A polícia também vai ouvir novamente as vítimas que denunciaram o pastor, a fim de esclarecer novas informações que surgiram ao longo das investigações.
O delegado Márcio Mendonça, titular da Dcod, deve tomar novamente o depoimento de Ana Madureira da Silva, ex-mulher do pastor. Ela figura como uma das vítimas de um dos seis inquéritos de estupro a que Marcos responde. Segundo o delegado, no entanto, após relatar à polícia que havia sofrido abusos sexuais, ela teria ido a um cartório e registrado um documento desmentindo todas as declarações dadas na delegacia.
— Vou ouvi-la novamente, porque, estranhamente, ela disse em um cartório público que prestou tais declarações porque não estava em condições psicológicas — afirmou Mendonça.
O Ministério Público denunciou Marcos por dois estupros e por ter coagido uma mulher que contou na delegacia que fora violentada. Outros quatro homens ligados ao acusado também foram denunciados pelo crime de coação.
Menores: alvo de abuso
O depoimento de uma testemunha à Dcod, anexado ao inquérito que apura o envolvimento do pastor com o tráfico de drogas, aponta que Marcos teria tramado há alguns anos a morte do então secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos. O motivo seria a decisão de Astério de proibir que o pastor entrasse nos presídios do Rio, fosse para realizar cultos ou para mediar possíveis rebeliões. A testemunha, que foi membro da igreja até 2009 e exercia cargo de confiança na instituição religiosa, disse que o pastor só desistiu do intento depois de conseguir autorização para entrar livremente nos presídios. Procurado, o ex-secretário não quis comentar o caso.
Testemunhas e vítimas dos pastor também relataram, em depoimento à Dcod, que Marcos chegou a abusar em meados de 2002 de menores, que eram filhos de um traficante preso no presídio de segurança máxima Bangu 3. Esses menores, na ocasião, segundo uma das testemunhas, estariam sob a guarda a igreja. Uma das crianças, afirmou essa testemunha, teria sido torturada pelo pastor por não concordar com os abusos.
Além das denúncias de estupros, a Polícia Civil vai investigar agora uma ONG ligada à Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, comanda pelo pastor Marcos Pereira, preso sob a acusação de ter abusado de duas mulheres. Os policiais já receberam a informação que o Instituto Vida Renovada, que faria o tratamento de viciados em drogas e daria assistência a egressos do sistema penal, recebeu recursos da União. De acordo com o Portal Transparência, a instituição ligada à igreja de Marcos Pereira recebeu do governo federal, por intermédio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, nos anos de 2007 e 2009, duas parcelas de R$ 400 mil.
A verba liberada, de acordo com a argumentação que consta do convênio, seria utilizada para ‘‘garantir a orientação sobre Direitos Humanos a qualquer vítima de violação de seus direitos”. Os recursos seriam para oferecer assistência jurídica e psicológica aos detentos e seus familiares. O Instituto Vida Renovada funciona no bairro do Éden, em São João de Meriti, no mesmo endereço da igreja. Além disso, está em nome de um membro da congregação. O pastor costumava levar ao instituto traficantes que teriam desistido da vida de crimes.
Uma testemunha que prestou depoimento na Delegacia de Combate às Drogas, no entanto, contou que o pastor simulava a conversão de traficantes. Ela revelou ainda à polícia que trabalhava na produção de vídeos institucionais para a igreja e que viu, muitas vezes, o pastor apresentar jovens sem qualquer importância no tráfico como grandes chefes. No depoimento, consta ainda que Marcos Pereira dava dinheiro a menores viciados para que eles comprassem drogas, em troca de figurar nos vídeos usados para fazer propaganda da igreja.
O pastor, que está em Bangu 2, responde a seis inquéritos por estupro e a um sétimo por homicídios, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Além da ONG, a polícia já investiga empresas em nome de fiéis que o pastor usaria para lavar dinheiro do tráfico.
Surgem novas denúncias contra Marcos Pereira
Após a prisão de Marcos Pereira na noite de terça-feira, pelo menos três pessoas já procuraram a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) para denunciar terem sido vítimas do pastor ou irregularidades em sua igreja. Duas delas se comprometerem a depor na segunda-feira. A polícia também vai ouvir novamente as vítimas que denunciaram o pastor, a fim de esclarecer novas informações que surgiram ao longo das investigações.
O delegado Márcio Mendonça, titular da Dcod, deve tomar novamente o depoimento de Ana Madureira da Silva, ex-mulher do pastor. Ela figura como uma das vítimas de um dos seis inquéritos de estupro a que Marcos responde. Segundo o delegado, no entanto, após relatar à polícia que havia sofrido abusos sexuais, ela teria ido a um cartório e registrado um documento desmentindo todas as declarações dadas na delegacia.
— Vou ouvi-la novamente, porque, estranhamente, ela disse em um cartório público que prestou tais declarações porque não estava em condições psicológicas — afirmou Mendonça.
O Ministério Público denunciou Marcos por dois estupros e por ter coagido uma mulher que contou na delegacia que fora violentada. Outros quatro homens ligados ao acusado também foram denunciados pelo crime de coação.
Menores: alvo de abuso
O depoimento de uma testemunha à Dcod, anexado ao inquérito que apura o envolvimento do pastor com o tráfico de drogas, aponta que Marcos teria tramado há alguns anos a morte do então secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos. O motivo seria a decisão de Astério de proibir que o pastor entrasse nos presídios do Rio, fosse para realizar cultos ou para mediar possíveis rebeliões. A testemunha, que foi membro da igreja até 2009 e exercia cargo de confiança na instituição religiosa, disse que o pastor só desistiu do intento depois de conseguir autorização para entrar livremente nos presídios. Procurado, o ex-secretário não quis comentar o caso.
Testemunhas e vítimas dos pastor também relataram, em depoimento à Dcod, que Marcos chegou a abusar em meados de 2002 de menores, que eram filhos de um traficante preso no presídio de segurança máxima Bangu 3. Esses menores, na ocasião, segundo uma das testemunhas, estariam sob a guarda a igreja. Uma das crianças, afirmou essa testemunha, teria sido torturada pelo pastor por não concordar com os abusos.
Comentários