Ingressos para futebol no Brasil são os mais caros do mundo, aponta pesquisa

A bilheteria do Engenhão, cada vez mais vazia com a alta dos ingressos

Sexta-feira, véspera de jogo do Flamengo, o time de maior torcida do país. Mesmo em horário de almoço, em 30 minutos apenas três torcedores apareceram na bilheteria do Engenhão. O vazio das arquibancadas foi a resposta do público ao aumento no preço das entradas, que vem doendo não só no bolso dos cariocas como de todos os brasileiros. Levando em conta a renda média da população, é no Brasil que se paga o ingresso mais caro no mundo do futebol, segundo estudo da Pluri Consultoria ao qual o Jogo Extra teve acesso com exclusividade.

— Quando não é clássico, é assim mesmo — admitiu um funcionário do estádio.

A pesquisa compara o preço dos ingressos em 16 países com a renda de suas respectivas populações. No Brasil, onde uma entrada vale, em média, R$ 38, comprar um ingresso por semana custa R$ 152 em um mês. Isso equivale a 7,4% da renda média mensal do brasileiro (R$ 2.042,47). Na Inglaterra, onde a média dos bilhetes é de R$ 84,21, ir com a mesma frequência consome 5,3% da renda.

5,6% do salário mínimo, é quanto custa um único ingresso no Brasil

— O Brasil tem um calendário entupido. E, a esses preços, o cidadão não tem renda para ir com frequência. Então, ele só vai de vez em quando. E escolhe as finais e os campeonatos mais importantes para isso — explicou Fernando Ferreira, diretor da Pluri.

Em sua defesa, os clubes alegam que para eles também não é viável cobrar mais barato. Lembram que os custos de uma partida, entre eles aluguel de estádio e taxas das federações, tornam os lucros mínimos. E ainda reclamam do excesso de gratuidades e meias-entradas, garantidas por lei. A ironia é que, por causa dos altos preços, os torcedores recorrem cada vez mais ao desconto de 50%.
— Um jogo contra um time pequeno não vale mais que R$ 20. E isso é a meia. Se eu não tivesse carteirinha, não iria — disse o estudante Felipe Matheus, um dos três rubro-negros vistos pela reportagem no Engenhão.

No Rio, o Fluminense reconhece que os preços cobrados são caros. Mas não acredita que baixar o valor seja a solução.

— Quem garante que se eu colocar o ingresso a R$ 15 vou encher o estádio? A torcida tem preferido ver o jogo em casa. É preciso um estudo técnico para saber o que afastou o torcedor. E não há isso no Brasil — disse o superintendente geral do Tricolor, Jackson Vasconcelos.
Editoria de arte do Extra


Enquanto não se descobre que fatores são esses, o torcedor sofre. E principalmente com o preço, justamente o mais flexível deles. Se a renda do brasileiro permite a ele comprar até 53 ingressos em um mês, os americanos, que têm um ingresso 43% mais caro, conseguem comprar praticamente o triplo.
— E é importante lembrar que, quanto menor é a renda do país, menos a população gasta com supérfluos, como ingressos para partidas de futebol — completou Fernando, que concluiu com um alerta. — Do ponto de vista da renda, o Brasil pratica um preço duas vezes superior aos dos outros países.


Fonte: Extra.Globo

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