Apps do iPhone podem roubar fotos e informações sobre sua localização
Uma matéria publicada no The New York Times revela uma ameaça à segurança dos dados dos proprietários de iPhones, iPods e iPads: o roubo de imagens armazenadas na biblioteca de fotos. O problema teria origem em aplicativos que solicitam ao usuário a permissão para buscar informações sobre sua localização. Esses mesmos apps ganham acesso ao álbum de fotos do dispositivo, podendo, assim, copiar a biblioteca do usuário inteira sem qualquer tipo de aviso.
Não está claro se todos os aplicativos na AppStore são capazes de fazer isso, mas aApple afirma que analisa todos os softwares aceitos na loja, e presumidamente não autoriza os que não informam de forma clara a cópia das fotos armazenadas. Porém, a cópia de dados da agenda de telefones e endereços dos usuários também é algo que viola as regras da Apple, e a empresa deixou passar uma série de aplicativos populares que fazem isso.
Através da falha, os apps podem ter acesso à localização dos usuários, uma vez que as fotos e vídeos salvam as coordenadas do local onde foram registradas. O cofundador da desenvolvedora Curio, David E. Chen, afirma que isso possibilita a criação de um histórico de localização do usuário, através de um envio dos dados registrados por um servidor, de modo que a Apple não seria capaz de monitorar ou limitar seu uso.
Vulnerabilidade já existe há bastante tempo
A Apple liberou o acesso completo à biblioteca de fotos em 2010, ao lançar o iOS 4. O objetivo era tornar o aplicativo de fotos mais eficiente, mas até hoje não ficou muito claro por que a companhia atrelou essa permissão com o compartilhamento de dados de localização. “É muito estranho, porque a Apple pede uma permissão local, mas na prática eles liberam o acesso à biblioteca de fotos inteira. A mensagem enviada ao usuário é muito clara”, disse o dono da desenvolvedora de software Tap Tap Tap, John Cassanta.
Um exemplo dessa teoria é o aplicativo PhotoSpy. Uma vez iniciado, ele pede a autorização para acessar os dados de localização. Ao concordar, o app começa a enviar dados das fotos para um servidor remoto. Detalhe: o aplicativo não foi aprovado pela App Store.
Alguns desenvolvedores afirmam que essa funcionalidade já era conhecida há algum tempo, porém, presumiu-se que a Apple iria garantir que os aplicativos que exploravam o recurso de forma ilegal seriam banidos e/ou não seriam aprovados. Porém, isso não está acontecendo.
Ao que parece, a Apple não tem feito um bom trabalho em proteger os usuários. A empresa e os desenvolvedores de aplicativos devem garantir que as pessoas entendam, de forma clara, o que estão aprovando a cada mensagem de solicitação de acesso aos dados. Nesse caso em particular, uma das consequências imediatas é o aumento do vazamento de fotos para a publicação em sites de notícias e celebridades.
O que tem sido cogitado sobre o assunto é que a Apple está se tornando menos vigilante por causa do crescimento do Android e da Android Market, focando na quantidade de appspresentes na AppStore. Mas isso tem exposto os usuários a riscos desnecessários, além de ter aumentado o número de aplicativos de má qualidade a serem ofertados.
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