Capital registra 35 homicídios em 48 horas e onda de saques


Wagner Ferreira, Euzeni Daltro e Juliana Brito
Claudionor Júnior / Agência A TARDE
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Cenário de caos na Grande Salvador, na sexta, dia 03, no quarto dia da paralisação de parte dos policiais militares. Ocorreram homicídios, saques a estabelecimento comerciais, e o desespero da população nas ruas da cidade. Os números das ocorrências refletem a insegurança: em menos de 48 horas foram 35 homicídios em Salvador e Região Metropolitana, de acordo com registros da Secretaria de Segurança Pública.
Apenas em Pituaçu, na sexta, foram mortas quatro pessoas de identidade ignorada. Também foram registrados homicídios em Ipitanga,  Sete de Abril, Engomadeira, Madre de Deus, Jaguaribe, Bom Juá, Vila Canária e Liberdade.
Diversas lojas foram saqueadas, entre as quais cinco são da Cesta do Povo. As lojas da Cesta do Povo dos bairros de Caixa D'Água, Ogunjá, Liberdade, Mata Escura e Pirajá sofreram arrombamentos.  Na Mata Escura, só restaram as prateleiras.
Na madrugada, as lojas da Casas Bahia e Laser Eletro, da Av. Lima e Silva, na Liberdade, foram saqueadas. Apenas mercadorias de grande porte como geladeiras e fogões não foram levadas. Na Sete Portas, a loja da Ricardo Eletro teve eletrodomésticos roubados após ter a porta arregaçada.
Adultos, adolescentes e crianças – muitas crianças – aproveitaram a ausência de policiais militares nas ruas para saquear diversas lojas na tarde de ontem, na Rua 8 de Novembro, em Pirajá. A loja de móveis e eletrodomésticos Self Shop Eletro, a GL Calçados e Pegadas Calçados, o Supermercado Todo Dia e pelo menos duas mercearias foram saqueadas. Na madrugada, a Cesta do Povo também havia sido saqueada.
O pequeno efetivo policial ineficiente na madrugada foi aproveitado pelos saqueadores também na Cidade Baixa. Várias lojas da Rua Barão de Cotegipe, no bairro da Calçada, foram arrombadas.
A Polícia Militar prendeu oito pessoas que arrombaram uma loja de eletroeletrônico, localizada na Baixa dos Sapateiros. Outros três foram presos  ontem à tarde, suspeitos de realizar arrastões no Vale das Pedrinhas.
Boatos de assaltos na região do Rio Vermelho assustaram moradores e comerciantes da região. O comércio fechou as portas, inclusive a loja do Bompreço, que fica no bairro. De acordo com informações da 28ª Delegacia, um grupo de dez homens foi surpreendido pela polícia quando assaltava lojas e pedrestres no bairro.
Susto - Os centros comerciais  fecharam as portas no final da tarde, motivados pelos boatos sobre arrastões no Shopping Itaigara e na Avenida Paralela. O fotógrafo Fernando César estava no Shopping Barra quando este estabelecimento começou a fechar as lojas. “Começou um boato de que o shopping seria invadido e as pessoas começaram a se abrigar em lojas ainda abertas e a ligar para seus parentes”, conta.
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio Estado da Bahia (Sindloja Bahia), Paulo Mota disse que a orientação dada aos lojistas foi manter o comércio aberto. Ele admite que a medida vai ter um alto custo para os comerciantes do Estado. “Calculo um prejuízo de 80% nas vendas do varejo. É uma situação muito difícil”, diz.

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