Dólar encerra último pregão do ano com desvalorização
Moeda norte-americana desvalorizou 0,26%, a R$ 1,8685 para venda.
Alta acumulada do ano foi de 12,15%, a maior desde 2008.
Após ensaiar valorização na manhã desta quinta-feira (29), o dólar mudou de rumo e fechou em baixa o último dia oficial de negócios.
Oficialmente, o dia de hoje é o último pregão no mercado de câmbio brasileiro. Na sexta-feira, porém, haverá operações de câmbio no mercado oficial à vista - previstas para se encerrarem por volta do meio-dia, conforme explica o analista internacional Jason Vieira.
Nesta quinta, a moeda norte-americana desvalorizou 0,26%, a R$ 1,8685 para venda. Na sexta-feira, porém, haverá operações de câmbio no mercado oficial à vista -- previstas para se encerrarem por volta do meio-dia.
Na véspera, o dólar fechou a R$ 1,8735 para venda, o que representa alta de 0,73%.
Em dezembro, a taxa de câmbio subiu 3,07%, e no acumulado de 2011 saltou 12,15%, maior alta percentual desde a disparada de 31,29% em 2008, ano em que os mercados financeiros foram abalados pela maior crise financeira desde o pós-guerra - no dia 29 de dezembro do ano passado, o dólar fechou cotado a R$ 1,666.
Intervenções do governoO ano contou com importante intervenção do governo no mercado de câmbio, mas com objetivos diferentes. No primeiro semestre, o dólar estava ladeira abaixo, atingindo em 26 de julho o piso do ano a R$ 1,5388 na venda, menor cotação desde 1999, quando o país voltou a adotar o regime de câmbio flutuante. Isso ocorria por causa do forte fluxo de dólares que o país recebia, com investidores estrangeiros em busca de bons rendimentos no país.
Um dia depois, o governo anunciou a cobranca de IOF de 1% sobre posições vendidas líquidas com derivativos de câmbio, com a alíquota podendo ser elevada para até 25%. A MP determinou ainda que o Conselho Monetário Nacional (CMN) passava a ser o responsável pela coordenação da supervisão de todo o mercado de derivativos, algo que cabia à BM&FBovespa.
Oscilações em 2011
A moeda oscilou bastante ao longo de 2011. No fim de julho, atingiu uma das cotações mais baixas dos últimos 12 anos e meio (1999). No dia 26, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,538.
A moeda oscilou bastante ao longo de 2011. No fim de julho, atingiu uma das cotações mais baixas dos últimos 12 anos e meio (1999). No dia 26, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,538.
Menos de dois meses depois, em setembro, a moeda migrou para o extremo oposto, ao atingir a maior cotação desde setembro de 2009. No dia 22, o dólar fechou vendido a R$ 1,90.
Setembro foi um dos meses de maior volatilidade para a moeda dos Estados Unidos. O dólar Ptax – taxa calculada pelo Banco Central que equivale à média das cotações do dia e é usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio – acumulou valorização de 16,83%. Com esse resultado, o dólar registrou a quinta maior valorização mensal desde junho de 1994, ano do início do Plano Real.
Perspectivas para 2012Para o ano de 2012, profissionais do mercado apostam que o mercado de câmbio continuará atrelado aos desdobramentos da crise externa, sobretudo na Europa.
"Foi um ano bem agitado (2011), e acho que pelo menos no primeiro trimestre de 2012 vamos ter uma indefinição no câmbio", afirmou o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, atribuindo a falta de tendência para o dólar às incertezas que devem continuar permeando a crise na zona do euro.
Para Knauer, que trabalha com a perspectiva de um ano "difícil" para os mercados, mas sem ruptura, o dólar pode inclusive ter espaço para cair no segundo semestre, caso as inquietações com a Europa sejam amenizadas e a economia dos Estados Unidos mantenha uma trajetória de recuperação.
O economista da CM Capital Markets Mauricio Nakahodo acredita que o espaço para desvalorizações do dólar tende a ser limitado no próximo ano, especialmente devido a perspectivas de menores ingressos de recursos em meio à expectativa de continuada queda da Selic, que torna os ativos brasileiros menos atrativos. A Selic está atualmente em 11% e o mercado prevê, com base no relatório Focus, que a taxa possa cair a 9,5% no final de 2012.
"Além disso, devemos ter menos IED (Investimento Estrangeiro Direto) e o superávit da balança comercial vai ser menor. Tudo isso se traduz em menos fluxo", acrescentou.
De acordo com o Focus, o mercado estima que o dólar termine o primeiro trimestre de 2012 em R$ 1,80, com o segundo trimestre a R$ 1,78, o terceiro a R$ 1,75, ficando nesse patamar até o final de dezembro.
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